Era uma vez um coração.

Meu querido e tolo coração, porque insiste em confiar se saber que um dia será traído? Porque insiste em partilhar sua insólita alegria com os ímpios, se a mesma lhe será traída? Porque apressa-tes em amar se sabes que irá sofrer?

Porque ainda está batendo ó meu tolo coração! Causando em mim esta dor descomunal que a cada dia que evolui ao ponto de se  transforar em ódio! Oh meu pobre coração! Por de mais confiar, foi traído, por demais dividir a alegria com os ímpios, só lhe restou a tristeza, por apressa-te e amar, hoje sofre! E agora deplorando sua própria derrota esperas que eu lhe socorra meu pobre coração?

Não consigo me levantar do chão! Minhas forças se esvaíram, e juntos, iremos perecer, pois você, coração, se julga tão forte, não sabendo que a sua base sou eu. E confesso fui fraca de mais, para suportar para suportar comigo o peso de um coração, que carregava em si toda a calamidade do mundo.

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